Cientistas conseguiram reverter os sintomas do Parkinson em ratos ao modificar os astrócitos, um tipo de célula abundante no cérebro para fazê-los se comportar como neurônios. A conversão permitiu restaurar a produção de dopamina nos animais.

Os astrócitos existem no cérebro em quantidade muito maior do que os neurônios. Eles exercem funções vitais para o funcionamento dos neurônios, como a transferência de nutrientes e a proteção contra substâncias danosas.

Os pesquisadores usaram uma técnica de edição genética para inibir uma proteína chamada PTB nos astrócitos A ausência dessa proteína permite que o astrócitos se converta em uma célula produtora de dopamina, como os neurônios.

Os ratos geneticamente modificados usados no experimento não tinham a doença, mas passaram por reações químicas que criaram neles uma condição parecida com a de humanos com Parkinson, a morte de neurônios em uma região do cérebro chamada substância negra.

A falta dos neurônios na área levou à queda na produção da dopamina, um neurotransmissor que desencadeia impulsos nervosos pelo corpo.
Assim, sintomas característicos da doença como problemas motores também aparecem nos animais.

De acordo com os resultados publicados nesta semana na revista Nature, um dos periódicos científicos mais prestigiosos do mundo, as células convertidas passaram a ter função semelhante à dos neurônios perdidos pela Doença de Parkinson, e o comportamento motor dos animais foi restaurado.

O artigo mostra um avanço, mas temos um longo caminho pela frente. De qualquer forma, cada nova descoberta e cada novo avanço no tratamento da doença de Parkinson merecem uma comemoração.

Por enquanto a cirurgia de estimulação cerebral profunda (DBS) ainda é um dos tratamentos mais eficientes para o Parkinson, porém ela não é indicada para todos, somente um médico especialista em Distúrbios de Movimento vai poder dizer o tratamento mais adequado avaliando o perfil de cada paciente.

Apoio:

DR. MURILO MARINHO

NEUROCIRURGIÃO | CRM 120746

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