

São cuidadores todos aqueles que procuram atender as necessidades de um doente, sejam elas físicas ou psicossociais. Podem ser pessoas contratadas para desempenhar tal função ou um familiar do doente. Trata-se de um grupo cada vez mais numeroso que realiza uma tarefa necessária e que, no entanto, muitas vezes não possui visibilidade, nem atenção. Por ser uma doença crônico-degenerativa, o cuidador familiar ao assumir o cuidado da pessoa com Doença de Parkinson, comumente, o faz de maneira ininterrupta, não se permitindo, às vezes, ter tempo para o atendimento de suas atividades pessoais e/ou profissionais. Assim, verifica-se alteração do seu estilo de vida em função das necessidades do doente.
Atividades de lazer e convívio social normalmente acabam sendo postergadas em decorrência das demandas de cuidado a depender das exigências do paciente, especialmente quando este encontra-se nos estágios mais avançados da doença e necessita da presença constante desse cuidador. Nessa perspectiva, surgem implicações na saúde e na qualidade de vida dos cuidadores.
Muitos dos cuidadores que trabalham com pessoas com Doença de Parkinson, estão expostos a várias fontes de estresse podendo causar diversos impactos em suas vidas nos aspectos físicos (dores no corpo, câimbras frequentes, perda da força muscular, fadiga crônica, perda de energia, desgastes de articulações, falta de apetite), psico-emocionais (sintomas depressivos, alteração de memória, choro constante, distúrbios do sono, dor de cabeça, baixa concentração, agressividade) e sociais (dificuldade em manter contato com as pessoas, se colocar em grupos, ficar isolado).
Sendo assim, para reduzir o estresse, os cuidadores necessitam ser orientados e preparados para executarem o cuidado apropriado à pessoa com Parkinson, serem capazes de avaliar as necessidades, potencialidades e limites da pessoa cuidada, assim como gerenciar e executar seu autocuidado. É fundamental que a equipe de saúde que faz o acompanhamento desse paciente realize orientações aos cuidadores em sua prática assistencial, respeitando e valorizando a participação e autonomia dessas pessoas, assim como possibilitar que seus anseios e suas dúvidas sejam minimizados, explicando principalmente sobre o curso clínico da doença, as limitações e como lidar com isso.
Desta maneira, estes cuidadores se sentirão mais seguros em suas ações, o que traz benefício a ele próprio e à pessoa com Parkinson, diminuindo o estresse. Quanto menor o estresse, maior será a qualidade de vida desse cuidador. É importante, também, que o paciente tenha uma rotina estabelecida para que o cuidador consiga pré-estabelecer um período de descanso, onde possa realizar alguma atividade prazerosa, leitura de um livro, socializar com outras pessoas, enfim, algo que proporcione bem-estar e diminua a sobrecarga.
É fundamental, também, que o cuidador mantenha sua saúde física e mental íntegra, visitando de forma periódica o médico, evitando o isolamento social e pedindo sempre ajuda nos casos necessários. Somado a isso, deve se atentar a qualidade do seu sono para que ele seja reparador, ter uma alimentação saudável e manter, acima de tudo, uma atitude positiva mesmo diante das dificuldades.
Os grupos de apoio e ajuda para Pacientes com Doença de Parkinson
são, também, uma ótima maneira de socialização, de trocas de experiências e vivências, proporcionando um ambiente acolhedor para o cuidador e o doente. Portanto, no programa de reabilitação desses pacientes é fundamental a avaliação das dificuldades e anseios do cuidador para que intervenções sejam feitas com o intuito de melhorar a qualidade de vida destes.
Apoio:
Dra. Clarissa Macedo F G Bandeira
Crefito 6: 157021F
NeuroReabilite Centro de Reabilitação