

Pacientes com Parkinson têm dificuldade em realizar atividades diárias simples: trabalhar, fazer compras, viajar de carro ou ir ao cinema, por conta dos sintomas motores da doença. Além disso, há também os sintomas não motores, como depressão e problemas no sono. O Parkinson é uma doença neurodegenerativa que leva a mudanças progressivas nos movimentos e rigidez, entre outros sintomas.
Até muito recentemente, os pacientes só podiam ser tratados por alguns medicamentos, que podem causar efeitos adversos e, eventualmente, perdem a sua eficácia. Hoje em dia, é possível adotar um tratamento moderno da estimulação do nervo por meio de eletrodos implantados no cérebro, que podem reduzir significativamente os movimentos anormais.
Alguns medicamentos, tais como a Levodopa, estimulam a produção de neurônios dopaminérgicos docérebro e por isso contrariam a sintomas motores causados pela falta deste neurotransmissor. No entanto, após 4 ou 5 anos de terapia com fármacos, certos efeitos adversos e outros sintomas obrigam a suspensão dos medicamentos anti-parkinsonianos. É nestes momento que a neuroestimulação cerebral profunda (DBS, por sua sigla em inglês) é indicada.
A DBS é um procedimento aprovado para os pacientes diagnosticados com Parkinson há pelo menos 4 anos e que tenham reagido positivamente a Levodopa no passado. Essa terapia consta, basicamente, do implante cirúrgico de eletrodos em áreas específicas do cérebro para estimular a liberação de dopamina. Cada eletrodo é introduzido por neurocirurgia através de um pequeno orifício de 6 mm, e os pacientes são sedados mas não adormecidos. Durante o procedimento os eletrodos estão ligados, por um cateter fino, a um dispositivo elétrico semelhante a um marca-passo, que é colocado perto da clavícula do paciente.
Este dispositivo, que emite impulsos elétricos,é programado externamente pelo médico e pode ser manipulado pelo próprio paciente,seguindo os parâmetros definidos pelo especialista, de modo a emitir uma descarga elétrica no momento em que é necessário liberar dopamina para modular o movimento.
As pesquisasmostramque neuroestimulação cerebral profunda reduz significativamente tremores e permite retomar as atividades sociais e de trabalho, reduzindo a necessidade de medicação. O tratamento não é só capaz de melhorar os sintomas motores da doença de Parkinson, mas também os não motores, como dor, olfato e sono.
Se você já foi diagnositicado com a condição e faz o uso de outras formas de tratamento que não fazem mais efeito, converse com o seu médico para saber se a DBSé uma opção para o seu caso em específico. Sua qualidade de vida pode sim ser ainda melhor.